COMENTANDO TIRAS – Vardomirices

Nessa sessão avaliamos as três últimas páginas ou tiras do seu site de quadrinhos e discutimos o que faríamos para melhorá-las.

O avaliado de hoje é o Fex, do site de tiras Vardomirices.

Quer participar? Mande um e-mail para contato@cafecomhq.com ou comente aqui no Café.

Wesley Samp – O roteiro aqui segue o clichê “como eu enxergo / como fulano enxerga / como é na realidade”. Usar clichês não é ruim, na verdade é um recurso muito útil. Mas é interessante que seja usado de um jeito que traga algo inusitado. No caso desta tira as situações ficaram no óbvio para quem já conhece os preconceitos com a turma do RPG. E senti que o roteiro se desenvolveu prometendo alguma piada no final mas ficou devendo. No último quadro minha sugestão seria para deixar o contexto exageradamente monótono, com o mestre foleando o livro de regras e os outros membros dormindo, babando e tal (não que eu ache RPG monótono, mas deixaria a situação mais engraçada).

Na arte senti falta de um cenário no primeiro quadro, e no segundo eu abusaria mais do preto e das sombras para reforçar o tom sinistro da situação.

Rafael Dourado Acho que o segundo quadro – do pacto com o demo – não precisaria ter o balão de pensamento – que, na verdade, está confundindo a percepção da cena. Parece que é o contrato de adesão de um RPG online. Também acho que essa construção de visões diferentes de uma mesma realidade poderia partir de pelo menos alguns elementos em comum: Sempre três participantes nas cenas, ângulos mais próximos etc.

E, no último quadrinho, a ideia de algo mais inofensivo poderia ser reforçado por um cenário deixando claro que estão na mesa da cozinha.

Rodrigo Chaves – Uma coisa a ser melhorada é a palheta de cores. Essas cores puras não combinam com o estilo de desenho e ficam muito esquisitas em cenários brancos. Tons menos puros funcionariam melhor. Quanto à piada, é legal sempre tentar subverter os clichés. Acabar ela com o “como realmente é” e mostrar que não tem nada demais é a solução mais fácil. Tente sempre pensar em outras soluções, outros finais diferentes. É importante surpreender o leitor.

Will Leite – Não vou comentar o sentido da tira. Eu não entendo nada de RPG.

Como dito anteriormente, faltou mesmo um cenário no primeiro quadro. O fundo branco pareceu um estúdio fotográfico. No segundo quadro eu levei um tempinho pra entender a composição toda dele. Talvez pelo fato da mesa não ter sido desenhada por inteira, e o Diabo tá na mesma linha ao cara assinando. Em relação a essa estrutura de “Como eu enxergo, como os outros enxergam, etc” é uma questão de gosto. Esse lance funciona muito bem na internet principalmente. Se não funcionasse não veríamos tantos por aí. É batido? É. Mas o pessoal parece curtir.

Leonardo Maciel – Gostei da tira, tem seus problemas de enquadramento e composição, mas todo mundo que tá começando tem.

O que acho que faltou nessa tira foi exagero. A situação do último quadro tinha que ser mais evidenciada e talvez mais abusada de certos clichês.

Acho que você tinha que ter exagerado a monotonia e a nerdice dos jogadores. Mostrar alguns deles babando de tédio, o mestre procurando um regra realmente obscura e absurda, como “quantos rounds seu personagem vai demorar pra cavar um buraco com uma colher de sobremesa?” com um livro muito mais grosso, desenhar eles mais nerdões, e o que eles falam também tem que ser engraçado.

Olha, também joguei RPG durante muito tempo, entendo que não queira difamar ainda mais a imagem de rpgistas, mas seu compromisso na tira é com o humor não com a comunidade jogadora de RPG.

Rafael Marçal – Acho que o grande problema dessa tira é o clichê preguiçoso do “Como acham que é, como realmente é”. Depois teve o lance do enquadramento que se repete nos três quadros, dá até pra você usar isso ao seu favor e colocar como uma característica do trabalho. As perspectivas, sabe? Curti a Lady Gaga Avatar soltando uma bola de fogo no primeiro quadro.

André Farias – O último quadro tem diálogos demais, o quê acabou quebrando o ritmo da piada. Deveria ser algo mais simples, com uma ou duas frases de efeito.

Também achei as cores meio estranhas (o capeta tá aparecendo rosa pra mim) mas acho que depende do estilo. Tirinha legalzinha, mas não me fez rir.

 

Wesley Samp – Eu gostei da piada. Mas achei que o desenvolvimento ficou muito prolixo (Rá! Justo eu falando isso!). Os textos poderiam ser simplificados, o que ajudaria no ritmo de leitura e daria mais espaço para que os balões ficassem maiores e facilitassem a leitura.

Rafael Dourado – Enquadramento é uma questão importantíssima quando se trata não somente de quadrinhos, mas de quaisquer linguagem visual. E o enquadramento dessa tira está bastante desajeitado. Não precisa mostrar tanta coisa debaixo da linha da cintura, nem deixar tanta lateral vazia ao lado dos quadros – ainda mais pelo quadro ser branco, e não um ambiente que precise ser identificado.

E por se tratar de uma ideia de “construção de mundo”, talvez fique pouco óbvio pelo perfil dos personagens…

E sim, a leitura está dificílima! Havia espaço suficiente no quadrinho para letras maiores.

Rodrigo Chaves – A piada não é ruim, mas tem que trabalhar ela melhor. O texto está muito longo e cansativo. Escrever bem é saber o quanto a gente entrega para o leitor. Se não entregar o suficiente, o leitor não entende a piada, se entregar demais, o leitor vai estar cansado quando finalmente chegar na piada e não vai rir.

Will Leite – Quando terminei de ler a tira a primeira pergunta que veio na minha cabeça foi “Quem são esses caras criando o homem?”. Depois pensei… deve fazer parte de uma série do Fex, a qual eu desconheço, por isso me veio a dúvida. Depois conclui: “Isso é então um problema. Pois outras pessoas podem ter tido a mesma dúvida que eu. Aí o sentido da tira terminou por confusa. Fora que eu me perdi na descrição do órgão genital da criação ali. Me senti até meio mal por desconhecer meu corpo.

Agora, esteticamente falando, as letras estão mesmo pequenas.

Leonardo Maciel – o maior problema aqui é o que todo mundo comentou, tamanho e quantidade de texto. Lembre-se, quando fazemos tiras pra web o texto tem que ser maior do que numa tira impressa, isso porque a resolução da imagem na tela do computador é menor do que num livro, tornando difícil ler fontes muito pequenas.

Quanto à quantidade de texto, no humor, mais do que em qualquer outro estilo, é vital cortar ao texto a apenas o essencial. Todo texto que não ajuda na piada atrapalha ela, a piada tem que ser entregue de maneira rápida e eficiente.

Por exemplo, no terceiro quadro, o primeiro personagem diz “mas o senhor soldou os lábios em volta da uretra… Por onde vai sair a urina?” você passaria a mesma informação com um simples “Peraí, por onde vai sair a urina?”

Rafael Marçal – Novamente um enquadramento mal utilizado, para resolver imagine assim que essa tira podia ser reduzida em 3 quadros, no primeiro expor a situação “Fazendo o homem a partir da mulher”, no segundo quadro já coloca direto o cara na dúvida da uretra e tal e o “engenheiro” já respondendo para no fim o ECA ser a piada. Dá até pra distanciar um pouco o último quadro pra dar uma idéia de pausa dramática pro carinha imaginar sêmen e urina. Com essa solução pro texto ficaria fácil enquadrar dois personagens no primeiro quadro, no segundo um close e no último só o carinha falando ECA, uma careta bem escabrosa. Do jeito que você fez o leitor precisa resumir e ficar relendo a história para montar a piada, fica cansativo. Mais uma coisa, as letras estão muito pequenas. E mais uma coisa, eu curti a “mesa” soltando faísca mesmo não tendo nada em cima dela. =P

Falando sério, a piada é boa.

André Farias – Quase não consigo ler, os balões ficaram muito pequenos. E quase não consegui entender a piada também, na realidade nem sei se entendi direito…

Wesley Samp – Também gostei da sacada desta tira. Os enquadramentos que ele usou ficaram bacanas e se encaixaram muito bem com a proposta do texto. Mas acho que aqui o problema foi meio que o inverso da tira anterior: Eu usaria mais quadrinhos para distribuir melhor o texto, deixando só uma caixa de texto por quadro. Além de melhorar o ritmo, também deixaria mais espaço para aumentar o tamanho do texto.

No geral eu acho que o Fex tem boas ideias, só precisa se preocupar um pouco mais com o desenvolvimento delas. Um problema recorrente é no texto, que muitas vezes poderia ser resumido (o que é sempre vantajoso em tiras curtas). Ele também precisa se preocupar com o tamanho da fonte que ele usa, pois muitas vezes a leitura das tiras fica muito difícil. Mas eu vejo um bom potencial no trabalho dele.

Rafael Dourado – Talvez pela identificação, esta foi a minha preferida. Só acho que poderia valorizar um pouco mais o terceiro quadro.

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Rodrigo Chaves – Essa é a que tem as melhores cores das três tiras. Isso por não ter os cenários brancos e boa parte das cores serem cinzas. Também é a melhor das três piadas. Mas novamente o texto poderia ser enxugado um pouco.

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Will Leite – A tira, a reflexão e os desenhos ficaram muito bons. Só as letras do texto que achei pequeno.

Essa tira impressa talvez não teria esse problema.

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Leonardo Maciel – a melhor das 3 tiras, mas acho que sofre do mesmo problema da anterior, textos muito pequenos e longos. Não concordo com o Wes em aumentar o número de quadros, acho apenas que o texto pode ficar mais sucinto. Não me incomodo tanto aqui com o texto longo nos primeiros quadros, já que eles ajudam a criar expectativa, mas na entrega da piada no último quadro é bom um texto mais curto como “ou talvez eu fique tempo demais em engarrafamentos!”

Rafael Marçal – Arte, argumento, roteiro… Tudo muito bem executado, dá pra enxugar o texto, principalmente o fim como o Léo disse, mas ficou muito bom. Mais uma coisa: Curti o engarrafamento na neblina de Silent Hill.

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André Farias – Cara, veja urgentemente a questão do tamanho das letras. Tá incomodando bastante. Mas achei o texto, desenho e ritmo bem legais. Sem dúvida, a melhor das três.

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20 comentários

  • Que, prolixo??? Affff… =P

    Eeeeeeeeee!!! Fui comentado!

    Bom, eu não vou fazer comentários sobre as tiras como eu faço normalmente porque… bem, porque eu que fiz, né? Se eu tivesse isenção pra julgar meu próprio trabalho, talvez não tivesse tido coragem de publicá-lo. =P

    Vou fazer o que os outros autores fizeram e dar algumas desculpas esfarrap… digo, justificar algumas coisas.

    Acho que a questão do fundo branco é um toque muito importante. A verdade é que eu tenho muita dificuldade em desenhar cenários. Perspectiva é um tormento pra mim. Vê-se no comentário do Marçal: “Não tem nada em cima da mesa”. Mas a ideia era que a linha dos olhos estivessa abaixo da altura mesa, de modo mesmo a não ser possível ver em cima. Fail.

    Também não queria usar fundos coloridos, exatamente pela questão já levantada de também fazer mau uso das cores. Não sei se é puro mau gosto ou falta de uma formação artística, mas colorir é um problema pra mim. “Mas por que não fazer em preto e branco então?” Porque a maior parte dos artistas nos quais me inspiro publicam na net e colorido.

    Além disso, eu achei que ficaria legal ter apenas os personagens em destaque coloridos, deixando o resto em preto e branco. Acho que é isso que o Marçal chamou de “neblina de Silent Hill”. Mas isso só funciona se tem alguma coisa sem destaque. Nunca tinha reparado, mas realmente, o fundo branco sem nada deixa a impressão de ser um estúdio fotográfico.

    Acho que eu preciso fazer agora é me forçar a desenhar cenários. Vai ficar um lixo, mas quem sabe melhore com o tempo e a prática.

    Quanto ao tamanho das letras, talvez a questão seja, na verdade, o tamanho das tiras. Os desenhos que eu fiz não foram feitos pra serem visualizados nesta resolução; a ideia é o leitor clicar na imagem e ver a tira maior. Principalmente o André, que ficou incomodado com o tamanho da letra, dá uma olhada no site, que dá pra ler melhor no tamanho original da tira.

    Assim, eu interpreto esta dica como “você precisa fazer tiras que caibam no layout da maioria dos sites.” Já vi isso comentado em outra ocasião.

    Isso leva a outro problema, e este será o mais difícil de resolver, confesso: o da prolixidade. Como podem ver pelos meus comentários, esta é uma característica minha. Será um exercício pesado resumir estes textos. Principalmente no caso da tira do Engenheiro, que é um personagem que inventei pra falar de Biologia (sim, Will, é pra ser uma série. ^^).

    Também vou tirar um tempo pra seguir o exemplo do Dourado (esse dado pessoalmente. ^^) e criar uma fonte baseada na minha letra. Talvez isso ajude também.

    O problema do enquadramento é, na verdade, pura falta de planejamento. Eu não desenho a tira, eu faço desenhos soltos e depois encaixo na tira. Isso cria um conflito com o posicionamento (e tamanho, por que não?) do texto. Vou tentar fazer assim: criar o layout da tira previamente (no tamanho que será publicado), distribuir o texto e só depois colocar o desenho. Vamos ver se funciona.

    Muito obrigado pelas orientações! Na verdade, eu não sou artista. Sou só mais um folgado colocando material na net porque é de graça. Eu vejo minhas tiras mais como uma espécie de compromisso que me força a praticar desenho, e o meu site como uma espécie de “fanart” tamanho família. Isso não é desculpa, porém, pra permanecer na mediocridade sem fazer algo pra melhorar. Sinto-me verdadeiramente honrado em ter a opinião de vocês que, espero que a esta altura já saibam, são todos artistas os quais admiro muito, cujos trabalhos acompanho diariamente.

    • Ah, sim: Lady Gaga Avatar? Hahahahahahahahahahahahahah!!

    • Quanto aos seus cenários correrem o risco de não ficar bom, o Leo já deu essa dica antes, tanto no Café como numa tira dele mesmo: http://nabundanada.com/2011/06/15/pra-quem-nao-sabe-desenhar-maos/

      E é uma recomendação que eu passo para alunos de desenho e/ou animação: Quanto mais você praticar, melhor vai ficar o resultado. O que acontece é que aquilo que não reconhecemos como bom dentre o que a gente faz acaba sendo colocado de lado, o que gera um círculo vicioso – não fazemos por não sabermos fazer e acabamos não aprendendo porque não praticamos.

      Tostines, talvez?

      E quanto a prolixiedade, eu também tenho esse problema… Nos áureos tempos do orkut eu chegava a fazer postagens em tópicos que não cabiam nem em 3 espaços de texto – e olha que eram mais de dois mil caracteres por postagem. O bom de “treinar” com tirinhas é que, novamente, a prática vai levar a um aperfeiçoamento da arte de ser objetivo.

      Ah, e mais uma coisa: Se o seu problema é perspectiva, e se a sua intenção é fazê-la mais “realista”, alguns tutoriais de desenho geométrico podem ajudar – um ponto de fuga, dois etc. A princípio, a perspectiva se percebe pelo treino no olhar, mas as ferramentas de desenho mais rudimentares podem ajudar a “entender” melhor o espaço. E nem sempre seu cenário precisa ter perspectiva, embora o traço que você adotou para os personagens até “peça” isso.

      • Eu já tinha lido esse tutorial do Léo. Aliás, é por causa dele que eu me sinto culpado por quando desenho os personagens da minha turma com a mão no bolso… quando a gente era adolescente, a gente andava muito assim. ^^

        Esta questão da prática, o Coala já tinha dado o toque, e eu lembro de um pequeno manual de HQ que saía na revista Wizard em fascículos, assinado pelo Greg Capullo, que batia na mesma tecla. Acho que é um consenso entre os artistas. Tentarei aproveitar melhor o (pouco) tempo livre. rs

        No momento eu estou tentando estudar perspectiva com o livro Perspective For Comic Book Artists do David Chelsea. É legal esse livro porque ele mesmo é em quadrinhos, e é o que o Scott McCloud recomenda no Desenhando Quadrinhos. Mas é um processo lento e doloroso… rs

        Estou tentando um novo esquema pra desenhar as tiras, fazendo leiaute e texto e só depois desenhando. Se der certo, deve minimizar a prolixidade e os problemas de enquadramento. Provavelmente também devo enfrentar a questão de rascunhar e desenhar direto na tablet.

  • bom como o will falou na primeira tira faltou argumentos tipo cenário no primeiro quandro,aletra e muito pequena os desenhos ficaram ótimos mais faltou aquele toque especial.A piada ficou legal e a tira também mais precisa melhorar nos fundos das tiras( dei minha opinião sobre a 1º tira do RPG ) abraço para toda turma do cafe ! e para o fex

    • Ah, que bom que gostou do desenho, pelo menos.

      A questão do cenário está cerebralmente anotada para as futuras tirinhas. ^^

  • “Vou tentar fazer assim: criar o layout da tira previamente (no tamanho que será publicado), distribuir o texto e só depois colocar o desenho. Vamos ver se funciona.”

    Eu faço assim e pelo menos com tamanho de fonte eu não tenho problemas =P

    • Sim, com um porém: eu não consigo (nem gosto) de desenhar direto no computador como você e o Maciel fazem. Eu só coloro… digo, pinto no computador.

      Mas a próxima tira eu já farei diferente: vou imprimir o layout com as falas já na proporção com 700 pixels de largura. Acho que pelo menos o problema das letras fica resolvido. ^^

      • Fex, no meu caso eu não faço tudo direto no computador, eu faço o layout e o rascunho da tira no papel antes.
        Mas antes de começar a fazer esse rascunho, escrevo o texto antes, para ter idéia do espaço que vai ocupar, mesmo que depois eu vá reescrever esse texto com um fonte no computador.
        Escrever o texto mais de uma vez também ajuda a revisá-lo

        • Já vi alguns dos seus vídeos finalizando as tiras, achei que os rascunhos eram feitos direto no computador também.

          Aliás, quando eu estou desenhando ou finalizando na tablet acho difícil acreditar que você usa o mesmo instrumento. Parece que estou desenhando com a minha mão esquerda.

          Ainda estou tentando acertar tamanho de letra x enquadramento, mas acho que já consegui melhorar um pouco a visualização das tiras diretamente no site.

          E surpreendentemente facilitou a confecção da tira também. Pelo menos em termos de tempo.

          Aliás, acho que farei isso retroativamente: aumentar as letras e diminuir as tiras anteriores. Quando tiver um tempo, claro.

  • Aí Fex,

    você comentou que tem dificuldade em escolher a palheta de cor, principalmente as do fundo.
    Minha dica é, ache alguma tira, ilustração ou pintura que você ache que a palheta de cor tá boa e tire as cores daí. O photoshop facilita bastante isso com a ferramenta do conta gotas.

  • Se o Fex entrar no meu site hoje e voltar lá para as primeiras tiras, provavelmente vai encontrar os erros daqui no meu próprio trabalho. Fontes pequenas, cores mal escolhidas, texto desnecessário etc.

    Eu recomendo mudar um pouco o ponto de vista e ver sua tira como se você fosse o leitor. E difícil, mas não é impossível. Outra coisa é ver como outros autores resolvem os problemas que você tem, tentando adaptar as soluções que achar mais legais. Quanto mais autores eu conheço, mas eu agrego ao meu trabalho, e isso está influenciando bastante na minha própria evolução.

    Experiência, a palavra mais falada pelas pessoas que dão conselhos porque estão mais tempo fazendo algo que a outra está começando. Mas é verdade, é preciso mais experiência!

    Mais uma coisa: não perca tempo se justificando. Os erros são erros e a justificativa não vai fazer o leitor gostar mais do que viu sabendo porque você errou ou o que tentou fazer. Avalie os conceitos que destacaram aqui e acate as sugestões que forem boas!

    Espero não ter sido cruel demais. Mas é preciso não se acomodar! Eu também comecei o meu site para ficar sempre desenhando e, olha só, estou há quase 3 anos nisso.

    Abraço e boa sorte com o site!

    • Eu já li seu site inteiro, mais de uma vez. rs

      Não é crueldade o que você disse.

      Quem publica na internet está sujeito a todo tipo de crítica, tanto do cara que tem ideias pra melhorar seu trabalho quanto do idiota que critica por criticar. É boa prática aprender a diferenciar os tipos e a lidar com ambos. Eu achei esta seção do site uma grande ideia, ao menos para wannabes quadrinistas como eu, e confio na boa intenção de todo mundo que tira um tempo pra participar aqui.

      Eu pedi pra ser analisado. Não consigo ser um bom juiz do meu próprio trabalho. Prefiro uma crítica honesta a um elogio vazio. Porque aí, quando o cara que te criticou disser “essa tirinha ficou legal!”, você sabe que é sincero. E que o seu trabalho melhorou.

      Muita coisa dita aqui vai demorar um pouco pra ser colocada em prática, porque fazer esta tirinha e manter o site funcionam mais como um hobby que uma atividade profissionalizada. Embora eu esteja disposto a me dedicar, existem impedimentos outros com que eu tenho que lidar. Então acaba que a prática que eu tenho é a própria confecção da tirinha.

      Mas, como eu disse, isso não é desculpa pra fazer de qualquer jeito. Eu pretendo fazer exatamente como você disse: não me acomodar. Algumas pessoas (família, amigos, mulher) que acompanham já notaram melhora no desenho, acho que estou no caminho.

      Valeu pelos toques, Digo, também sempre acompanho seu trabalho na internet.

  • Davison Lampert

    Olá, Fex!

    Antes de tudo, parabéns pelo trabalho e pela coragem de se colocar à disposição para receber críticas e aprender. Creio que é isso que faz alguém evoluir

    Como leitor de tirinhas, posso tentar lhe passar algumas coisas que observei ao longo do tempo em vários blogs. A principal delas é: o leitor é preguiçoso!

    Uns são mais, outros menos, mas no fundo, todos somos preguiçosos. Saber lidar com isso pode fazer uma diferença enorme e poupar bastante tempo e desgaste desnecessário.

    Infelizmente, não basta somente lidar e vencer a cada dia a nossa própria tendência à acomodação. Claro que isso é fundamental para se conseguir sair da inércia e chegar a algum lugar. Porém, saber lidar com a preguiça alheia é tão importante quanto. Sim, é trabalho em dobro.

    Digo isso porque já vi muita gente com um talento enorme, mas que nunca saiu do chão. Cheguei à conclusão de que o problema era a maneira como eles viam os próprios trabalhos. A maioria achava que bastava ter uma ideia legal, que fosse divertida, que todos também gostariam, não importando como ela fosse mostrada aos outros.

    A verdade é que as pessoas precisam ser conquistadas. Se você quer ter muitos leitores fiéis, não basta só atrair muitos visitantes. Você tem que convencê-los a querer ver o seu trabalho. E depois, você precisa fazê-los ficar viciados (no bom sentido) nele.

    O primeiro passo para isso é tornar o processo de visualização de sua tira o mais prazeroso possível. Colocar letras pequenas é como colocar uma vassoura atrás da porta bem aos olhos de alguém que lhe visita em casa. Obrigar o sujeito a clicar em cada tirinha para só então poder lê-la em um tamanho decente, é como convidar alguém para ficar uns dias em sua casa e não lhe oferecer um lugar confortável pra dormir.

    Pode parecer bobagem, mas cada pequena dificuldade ou irritação que você impõe ao leitor que visita o seu site é um convite para que ele nunca mais apareça por lá. O leitor se sente “agredido”, mesmo sem se dar conta disso. É algo bem inconsciente e que acontece com todo muno.

    Cada ação que você fizer para facilitar a vida do visitante, será automaticamente somada ao valor de sua tirinha e entendida como parte dela. Em contrapartida, cada dificuldade será compreendida como um problema com o trabalho em si, a ponto das pessoas frequentemente considerarem determinado cartunista ruim sem nem mesmo ter paciência para avaliá-lo de verdade, se guiando somente pelo que “sentiram” durante todo o processo de leitura.

    As pessoas agem muito mais pelo que estão sentindo do que pela razão, infelizmente.

    Sabendo disso, o grande truque é fazer as pessoas se sentirem muito bem durante todo o tempo em que estão no blog. É bom sempre ter em mente que a tirinha deve ser a primeira coisa a chamar a atenção. E as pessoas devem conseguir lê-las diretamente e por inteiro após abrir a página, sem nenhum passo intermediário, sem nenhum esforço extra.

    Eu sugiro que você use um tamanho de fonte e um layout de tira que lhe permita ler a tirinha e compreender o traço diretamente da página principal a uma distância de NO MÍNIMO 50cm (supondo um monitor de 15”) sem nenhum tipo de dificuldade (mesmo para uma pessoa mais velha). Além de uma paleta de cores mais agradável, que atraia a atenção do leitor.

    Um template de página moderno e agradável também é muito importante. Uma cor de fundo suave e legal, que faça a visão periférica do visitante descansar é essencial para que ele possa se concentrar na visão central (fundo branco não ajuda muito para tirinhas).

    As coisas que estão em volta da tira devem ser poucas e interessantes, e não devem jamais competir por atenção com ela. Quando o leitor abre a sua página, a primeira coisa que ele deve ver é uma tira completa ou então um cabeçalho muito, mas muito legal mesmo, que o faça desejar descer para ver o que mais a “cabeça” por trás dele preparou.

    Links muito coloridos ou muitas imagens se mexendo em um fundo branco pela periferia da tira mais irritam do que ajudam, a menos que sejam coisas muito legais de ver (em 99,9% dos casos não são…). E quando isso isso acontece, você já sabe, o leitor se sente agredido. E quem vai ter prazer em voltar a um lugar onde constantemente é agredido?

    Eu já fui “vitima” dos dois casos. Já fui expulso de blogs com tirinhas que, mais tarde, vi que eram bem legais, assim como já fui “obrigado” a ler blogs inteiros, repletos de tirinhas medíocres simplesmente porque os cartunistas conseguiram me prender pela forma inteligente com que harmonizaram os elementos (tanto da tirinha quanto do template) e que encadearam uma tirinha atrás da outra. Ponto pra eles.

    É claro que em médio e longo prazo o que conta mesmo é a qualidade da tirinha. Eu li os blogs chatos daqueles caras por inteiro, mas quando terminei, nunca mais voltei. Da mesma forma, o leitor mais teimoso e que se tornou um leitor fiel continuará visitando aquele site com um bom conteúdo, mesmo que o cartunista o torture impiedosamente.

    Mas se a massa dos possíveis leitores fugir antes mesmo de conhecer de verdade o trabalho, provavelmente jamais voltará e sobrará somente um seleto grupo de masoquistas a seguir o autor.

    É claro que nem sempre dá pra se ter, ao mesmo tempo e da melhor forma possível, tudo o que gostaríamos de ver no nosso trabalho. É algo que demanda muito trabalho, estudo, paciência e um pouquinho de intuição. Mas com certeza vale a pena tentar.

    Bem, vou parando por aqui porque já está enorme o comentário. 🙂

    Espero que tenha sido de alguma ajuda.

    Um grande abraço.

    • Muito legal a exposição do seu ponto de vista, cara, obrigado =D

    • Parece que encontrei meu páreo em tamanho de postagem… rs

      Gostei muito do seu comentário, porque ele vai além e ajuda num outro quesito, que não é bem o escopo desta seção: a aparência do próprio site.

      Aqui, devo admitir que minha ignorância é ainda maior do que em relação a quadrinhos. Passar uma mensagem emocional através da distribuição dos elementos na página está ainda mais distante pra mim que passar esta mensagem através da distribuição dos elementos no quadrinho.

      Tomarei algumas medidas mais imediatas com relação a alguns dos pontos mais simples que você levantou, como por exemplo a questão dos elementos animados puxando a atenção do leitor (confesso que gifs animados na página de rosto do site também não me agradam). Também vou rever a questão do pano de fundo. Eu tentei colocar uma cor suave, que não fosse branco, e que tivesse alguns elementos de distinção. Mas acho que é hora de rever este quesito. Vou ver se ocorre alguma ideia.

      Outras medidas demorarão um pouco mais. O laiaute do site eu escolhi, dentre as opções apresentadas pelo blogger, a que me pareceu mais simples, limpo e agradável. Mas todo o processo é instintivo. E devo professar a completa ignorância das bases do design. Pretendo corrigir esta parte também, mas como eu disse, meu tempo é escasso, e eu necessito priorizar.

      Uma alternativa que estou considerando é contratar um web designer pra melhorar a aparência do site, mas ainda preciso avaliar os impactos financeiros disso. Afinal, como eu disse, isto pra mim é só um hobby.

      Não que eu não tivesse, a princípio, pretensões de fazer disso uma atividade mais séria. Mas a esta altura, eu tive que manter as expectativas baixas, ou já teria parado. Veja, a maioria dos sites de tirinhas (e eu acompanho muitos) torna-se bem conhecida entre o primeiro e o segundo ano de existência, muitas vezes bem antes disso.

      Embora eu não tenha começado meu blog com o objetivo de postar tirinhas, já faz um tempo considerável que o tornei nisto. Se ainda não deslanchou, eu entendo que não deslanchará mais. Minha audiência é basicamente família, amigos e alguns webquadrinistas que conheci através do site. Então, eu tive que me perguntar: “Pra que eu estou fazendo tirinhas?” E a resposta foi: “Porque eu gosto.” Então, assim sendo, eu faço o site pra mim. Que bom se outras pessoas gostarem.

      O problema é que eu não sou um leitor comum. Eu não tenho um pingo de preguiça com relação a ler, comentar, pesquisar, debulhar sites e outras atividades relativas a webcomics. Ou seja, eu sou um dos masoquistas. Então, um site feito pra mim pode ter essas falhas que você citou; se a qualidade do quadrinho é boa, eu insisto. Então, não via problema no fato do leitor clicar na tirinha pra visualizá-la. Um dos caras que eu mais admiro entre os webquadrinistas, o Vitor Cafaggi, faz justamente isso.

      Eu só esqueci de levar em consideração que a qualidade do trabalho dele suplanta este tipo de deficiência. Não posso dizer o mesmo do meu.

      Mas o que quero dizer é: meu objetivo hoje é melhorar as tirinhas e o site como um todo, mas não pra atrair público: pra aprender. Não quer dizer que eu vou relaxar e postar de qualquer jeito. Mas audiência não é minha força motriz, porque senão eu pararei por falta de combustível. =P

      Este Comentando Tiras teve o condão de me abrir os olhos neste sentido: se o pessoal olhou e não gostou, é porque é assim que o leitor está se sentindo. Esta parte do “tamanho da tira – tamanho da letra – clique pra visualizar” foi a que eles me venderam mais fácil: a tirinha seguinte ao Comentando Tiras eu já mudei o esquema, e agora a ideia é a visualização direta. Já pesquisei uma fonte que ocupe menos espaço e fique mais clara na resolução, e mudei o método de confecção dos desenhos. Vamos ver se resolve ao menos em parte esta questão.

      Quanto à ideia de fazer os elementos em volta da tira serem poucos e interessantes, vou maturá-la e ver o que consigo pensar a respeito. Talvez retirar uma das colunas laterais (embora eu devo dizer que pessoalmente gosto desta “moldura”). Talvez criar botões personalizados e mais atraentes para estes comandos (siga-me no twitter, visite a fanpage, etc).

      Muito obrigado mesmo pela sua participação. É muita coisa pra absorver de uma vez, mas pelo menos o tópico vai ficar aqui como uma fonte de faíscas para acender as minhas ideias. ^^

  • Olá a todos do Café com HQ.

    Primeiramente queria dar parabéns ao Fex pelo trabalho.
    Concordo com o Avison sobre a questão da preguiça (esse pecado também me persegue! kkkk…)
    Sobre o fundo, cernário e tudo mais, acredito que a falta dele ou o fato de deixar tudo branco deixa a tira meio vazia. É claro que em determinadas tiras o cenário nem faz falta, mas na minha opinião osso depende do estilo do desenho ou a mensagem (piada) da própria tira.
    Tente colocar uma cor ou até mesmo criar um cenário bem básico para os quadros. Eu quando faço um cenário uso um pouco de transparência nos traços para que eles não se destaquem em relção aos personagens da tira.
    É isso ae cara, parabéns mais uma vez e muito sucesso para você!
    E pra galera do Café com HQ eu gostaria de participar do próximo Comentando Tiras.
    Qualquer coisa é só dar uma passada lá no Mandinga e Urucubaca: http://mandingaeurucubaca.blogspot.com.br/

    Valeu a todos,
    Abraço!

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