Café com HQ #21 – Plágio, divulgação e blablablá
Estamos de volta com mais um episódio do Café!
Desta vez o bate-papo se dividiu em dois assuntos: Primeiro foi sobre plágio (quando é, quando não é). Também falamos sobre divulgação (parceria vale a pena? Anúncios? Usar mídias sociais é bacana para mostrar sua webcomic?)
Mais um episódio patrocinado pela Govworks!
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Comentado no episódio
– Tira – Laricat dando um fora
– Tira – Uma parte de mim sempre soube
– Café com HQ #16 – Direitos autorais
– Cartum parecido com o do Marcos Noel
– Jetpack
– Bitly
– Pesquisando no Google por “peido do cramulhão” você encontra isso
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Faltou comentarmos que uma boa maneira de divulgar sua webcomic é se reunir com outros autores e fazer um PODCAST fodônico =P
Muito bacana o podcast como sempre. O desafio realmente não é inventar sobre o que falar e sim como falar.
Parabéns Café com HQ!
Pra quem já tá aí sofrendo quase 3 anos online é meio que chover no molhado, porque já testei muita coisa com esquema de parceria, mas foi legal o episódio!
O esquema da periodicidade é essencial. Só funciona postar e fazer sucesso de vez em quando se você for o Chaves, que é um desgraçado genial.
Sobre a tira do Coala, concordo. Eu já conhecia a tira do Coala quando vi a do Marçal, e não achei que fosse cópia. Ideias convergentes são relativamente comuns. Eu mesmo já tinha tuitado algo nesse sentido, algo como: “A gente coloca a voz feminina no GPS porque já estamos acostumados a ouvir mulher dando palpite enquanto a gente dirige.”
Bem on o assunto deste podcast. O Orlandeli ganhou um processo contra a Riachuelo por conta de um cartum plagiado estampado em camisetas. E o próprio André do Suporte anda às voltas com um cara que tá plagiando descaradamente as tiras dele. O estilo simples e o fato de ser baseado em acontecimentos reais já estimulava imitadores (alguns declarados, como o Vida de Programador), ele até tem dois posts sobre como ele criou um meme. Mas este agora esta refazendo as tiras dele com um post tosco.
Eu tenho certa facilidade em definir pra mim se é um plágio ou apenas uma ideia convergente, mas acho difícil justificar. Além disso, algumas piadas são tão óbvias ou simples que chega a ser arrogância assumir a autoria delas. Como talvez seja o caso da tirinha do Laricat “você vai comer isso”. É uma situação cômica que inclusive deve ter acontecido em algum lugar. Qual a chance de apenas uma pessoa no planeta pensar em algo assim? Se assistirmos às Sitcoms norteamericanas, vamos ver as mesmas piadas sendo propagadas de novo e de novo. Isso não é plágio, principalmente se você dá uma nova roupagem a uma ideia desgastada. Criatividade é um processo muito complexo; não se cria algo do nada, cria-se a partir do que já se conhece, relacionando as ideias e conceitos.
O Ideias Ilustradas é uma ideia muito boa, mas a tendência é que os ganhadores oscilem entre um mesmo grupo, porque votação na internet tem que levar em conta o acesso do site: muita gente entra e vota apenas no site que o redirecionou até lá. Eu voto em tudo (e dou voto negativo, inclusive, em tirinha que não gosto), mas eu também sigo tudo. :oP
O Orlandeli disse em entrevista que na contestação, a Riachuello nem tentou impugnar a autoria, tão óbvia era a autoria. Eles basearam a defesa na questão do não-dano ao autor e tals. Fiquei até com medo, que uma vez eu fiz uma tira inspirada num quadrinho do Orlandeli, mudando o sentido. rs
Já vi esse lance de copiar a tirinha em forma de meme com tirinha do Will.
Quanto a “gregos já fizeram todas as histórias”, discordarei até ler toda a obra grega a que temos acesso. Mas até lá, não concordo veementemente. Se você abstrair demais (“se história tem protagonista, antagonista e romance tá imitando a literatura grega”), então todo mundo tá “plagiando” o cara que inventou a escrita.
Eu dei uma saída rapidinha, quando voltei cês tavam falando de Xuxa e Xuxo. Ca-rá-leo.
Eu não sou um leitor preguiçoso. Antes de saber que existiam esse botões de compartilhamento no Facebook, eu copiava e linkava tirinha e site no Facebook (na época não usava Twitter).
Eu fiz praticamente todas as dicas que vocês deram: criei fanpage, uso Twitter, Facebook, linko e depois coloco a tira direto, otimizei o site pra ter comentário do Face e do Blogger, tem os botõezinhos pra compartilhar em tudo quando é rede social, tem link pro meu Twitter (mas não da fanpage, pensando bem. :oP)… só falta vir o público. Mas eu considero isso uma medida da qualidade do site, e não da qualidade das dicas. rsrs
Poste? ¬¬
Share… share… share… share… share… share… share… share… share… share… Hahahahahahahahahahahah!!!
Marçal, eu faço a minha parte pra aumentar seus comentários. Aliás, de todo mundo. Hahahahahahahahahahahah!
Aí, falei que fiz isso, mas uma coisa faltou: caçar parceria. Mas isso é uma postura minha. Afinal, esses caras (vocês e outros) são autores estabelecidos que já trilharam o caminho das pedras e devem receber trocentos pedidos de parceria de gente nova com muita frequência. Além disso, eu honestamente não confio na qualidade do que eu faço (ou melhor: na minha avaliação da qualidade do que eu faço), eu sou um aventureiro nessa área de quadrinhos. Então eu acho pretensão chegar pedindo parceria. Tem muito cara muito bom publicando na net. Os poucos parceiros que tenho vieram meio que naturalmente.
E também não fiz estas campanhas pagas. Não sei se farei. Pra mim, afinal, é um hobby. Que custa, aliás, tempo e dinheiro.
Boa análise da questão da pessoalidade do Twitter pelo Marçal.
Talvez a questão da parceria não gere tantos cliques, mas acho que uma porcentagem maior dos leitores que chegam através destes links tornam-se leitores fieis. É o meu caso. Eu cheguei aos sites de todos os participantos do Café com HQ através do Um Sábado Qualquer. Hoje eu acesso diariamente mais de cinquenta sites de tirinhas, todos indo de link em link. Aliás, isso até explica esse “desgaste” que comentaram: os leitores param de chegar através do parceiro e vira um público seu.
E concordo com a questão da nuvem de parceiros: se tiver trocentos, a chance de um deles ser clicado fica diluída.
Esse lance da regularidade também foi outro motivo pelo qual não corri atrás de parcerias. Pra começo de conversa, no começo eu nem postava quadrinhos. Eu “migrei” o estilo do site com o tempo. Hoje eu consigo postar regularmente (embora não diariamente) e tento ser original. E têm toda razão: falta de regularidade espanta público. Eu já falava isso com a minha mulher mesmo antes de ter um blog. Infelizmente eu não tenho tempo pra dar ao que faço a qualidade que gostaria, acabo tendo que sacrificar qualidade por regularidade. No começo eu demorava dias, até semanas pra terminar um desenho. Hoje estou conseguindo três por semana (propositadamente nos dias alternados do Leonardo Maciel).
Eu também gosto do Paulito antigo! Já falei pro Marçal no Twitter, inclusive! rsrs Aliás, o nome dele ficou pejorativo depois que ele deixou de ser stick figure… :oP
Tem que mandar as tiras? Putz, mandei o site, achei que seriam as três últimas tiras do site. Comecei errado! rs
Fui ouvindo e comentando, desculpe se ficou confuso.
Ah, não, tá certo… é isso mesmo, três tiras do site. rsrs
“Quanto a “gregos já fizeram todas as histórias”, discordarei até ler toda a obra grega a que temos acesso. Mas até lá, não concordo veementemente. Se você abstrair demais (“se história tem protagonista, antagonista e romance tá imitando a literatura grega”), então todo mundo tá “plagiando” o cara que inventou a escrita.”
Fex, contar histórias é um ato mais antigo do que a própria escrita. A literatura grega mesmo, começou dentro das tradições orais do aedos (que eram uns tipos de bardos que existiam na Grécia antiga). Ou seja, essas histórias passaram quase 3 mil anos sendo contadas de geração a geração, apenas de forma oral, até começarem a ser escrita, por volta do século 6 antes de cristo.
Então, não só os gregos, mas todos os povos antigos já haviam esgotado todas as histórias possíveis e imagináveis antes mesmo da escrita começar a ser usada para criar literatura. E a unica inovação real que a literatura escrita trouxe não foi em novas histórias, mas em novas formas de contar as histórias já existentes, que se tornaram mais complexas e com mais recursos narrativos (afinal, numa tradição oral, em que as histórias são registradas apenas na memória, não dá pra ficar criando estruturas complicadas que dificultem a memorização delas). E mesmo assim, a maioria dos recursos narrativos que usamos hoje, como os flashbacks, elipses, narrativas paralelas, etc, já eram usadas em obras criadas antes mesmo do nascimento de cristo.
Enfim. Estamos contado as mesmas histórias há milhares de anos, apenas adaptando-as as novas gerações, as novas morais, e as novas culturas, Por isso que minha preocupação como autor não é em contar uma história original (o que pra isso eu teria que ter nascido no mínimo uns 3 mil anos atrás), mas sim em contar uma boa história, que cative as pessoas, e as façam refletir. E não é preciso ser original para isso.
E só lembrando que quando falo que um autor não precisa ser original, não significa plagiar, pois isso é reproduzir exatamente e de forma consciente a obra de um outro autor, sem nem ao menos fazer modificações fundamentais que a transformem em outra obra, como é caso dos remix e dos mashups.
Ps: Pra você poder ler todas as obras gregas antigas que nos chegaram, vai ter que antes aprender grego antigo, pois muitas delas ainda não foram traduzidas, como é o caso da maioria dos autores do período helenístico. =)
Eu acredito que vocês, estudantes de Arte, História e de Filosofia tenham razões mais que suficientes para defenderem este ponto de vista. Também assumo que a minha opinião baseia-se na ignorância destas áreas (por isso fiz a ressalva de dizer “até conhecer todas as histórias”). Infelizmente, acabo preso pela minha formação naturalista (ou então, meus processos mentais ajustam-se melhor a este tipo de raciocínio).
Aliás, acho que me expressei mal. Não quis dizer TODAS do verbo 100% das histórias gregas, mas um número de histórias suficiente para ter embasamento para dissertar a respeito desta ideia. Aliás, a maioria dos autores não sabe grego antigo e não tem acesso a essas histórias diretamente, e isto não impede que sejam influenciados por elas.
O que eu penso é o seguinte: embora a humanidade tenha passado seis mil anos contando histórias, donde se possa imaginar que a criatividade humana tenha esgotado sua imaginação, outros três ou quatro mil anos de História sucederam-se a estes tempos. A minha lógica me indica que, desde então, sucederam-se experiências, transformações e organizações sociais à espécie humana que os ancestrais que contaram todas aquelas histórias não experimentaram. E, por mais que a imaginação da espécie seja fértil, tem uma coisa que permanece fora do alcance da cultura, embora esta continuamente o persiga: o futuro.
Eu consigo internalizar a ideia de que escritores de ficção bebam da fonte dos antigos, e que grandes histórias nada mais sejam que recortes de outras grandes histórias, da mesma forma que grandes ideias surgem da união e recombinação de outras ideias em nossa mente. E o fato de uma ideia ser embasada em outra não lhe tira o mérito, e nem o de seu idealizador, pois é assim que o conhecimento científico evolui; não tem porque assim não o ser também nas artes.
Só não consigo lidar com a ideia de que não existe espaço para inovação verdadeira. Talvez ela só possa aparecer mesclada às ideias anteriores. Ou talvez ela surja justamente de alguém que não a procure. Mas acho impossível terem esgotado todas as ideias porque não consigo ver limites para este processo.
CARAI!!!! O Fex escrevendo parece o Wes falando =P
Eu não sei o que isso significa. Obrigado… acho.
Sim, eu sou bastante prolixo. Sinal de duas coisas: que não consigo me explicar de forma concisa; e que acho que tenho que dizer algo sobre tudo. :oP
Lembrei de você quando o Leo falou “blá blá blá” hahaha
Apenas esclarecendo, a Lei de Direito Autoral Brasileira não considera infração de direito autoral paródias e paráfrase, como dito no Art. 47 da lei: “São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.”
Manolos,
Show de bola esse podcast, creio que seja um dos melhores que já ouvi a respeito do nosso segmento. A “parte” de divulgação de nossos portais não é tarefa fácil mesmo, principalmente por estar fragmentada (ainda), e isso me consumia demais. Depois de quase arrancar os pêlos do nariz, vi que antes mesmo de iniciar qualquer processo de parceria, link building e até mesmo monetização de meu trabalho, tinha que trabalhar partes de SEO em minha webcomics, as melhorias foram feitas com muito testes, tanto no OffPage quanto no OnPage, pois com toda certeza, as técnicas ensinadas pela internet NÃO se aplicam ao nosso “nicho”, pela experiência que tive, posso até dizer que é completamente diferente. É claro, há os recursos básicos que qualquer site e/ou blog precisam apresentar, mas as técnicas mais apuradas só vieram na base de muitos testes, análises, planejamentos e….mais testes.
Vejo que isso é importante para todos nós, ainda há muitos portais pela internet que não recebem o devido crédito (isso eu falo em todos os sentidos) por conta da falta de olhar para esses pontos, mesmo contanto com trabalhos maravilhosos de seus artistas.
Um grande abraços para todos e parabéns pelo trabalho de cada um!